terça-feira, 30 de agosto de 2011

Regurgitar é normal


Durante muito tempo, as cólicas do bebê eram, disparado, a principal queixa de origem gastrintestinal capaz de fazer mães e pais correrem até o pediatra. De uns tempos para cá, segundo os especialistas, o refluxo – ou a regurgitação, que é o retorno do alimento do estômago para o esôfago – assumiu esse posto. O problema se manifesta principalmente entre os menores de 2 anos. “Cerca de 60% de todas as consultas são para tratar a regurgitação”, estima o pediatra José Gabel, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
A gastroenterologista pediátrica Dorina Barbieri, professora aposentada da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, explica: “O incômodo não pode ser considerado uma doença, mas, sim, a conseqüência da imaturidade do tubo digestivo do bebê”. Por causa disso, há pouco a fazer. É preciso esperar até que as engrenagens responsáveis pela digestão dos alimentos estejam funcionando a pleno vapor.
Com alguns cuidados, dá para amenizar a intensidade e a freqüência das regurgitações. A primeira dica é não sacudir a criança, principalmente depois das mamadas. Também não deixe de colocá-la para arrotar depois de se alimentar e, no colo, procure mantê-la sempre na posição vertical.
O problema tende a desaparecer quando o bebê começa a andar, por volta de 1 ano e 3 meses. “Se o volume da regurgitação for excessivo e a criança ficar muito irritada e chorosa, é melhor procurar um especialista”, recomenda Dorina. Nesse caso, o ácido estomacal talvez esteja irritando o tubo digestivo. O médico, então, pode prescrever medicamentos para controlar o problema.

Quantas horas meu filho precisa dormir?

É para morrer de inveja. Nos primeiros meses de vida, algumas crianças passam mais de dois terços do dia com os olhos fechados, embaladas em um sono gostoso e despreocupado. É isso mesmo. Em média, quem acabou de chegar ao mundo dorme entre 16 e 20 horas por dia - incluindo no cálculo as sonecas da tarde. Mais que mera preguiça, tanto sossego é essencial para o desenvolvimento dos muito pequenos.
"É durante o sono que acontecem a produção de hormônios e o crescimento de células responsáveis pela manutenção do organismo", explica Márcia Pradella-Hallinam, coordenadora do setor de Pediatria do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo. "Além disso, ele é essencial para a consolidação da memória", completa. Segundo um artigo publicado em abril na revista americana Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine, quanto menor o tempo de sono, maior o risco de a criança apresentar sintomas de ansiedade, depressão e agressividade no futuro. Já deu para entender que o negócio é sério. Mas quanto exatamente é dormir pouco?
Os especialistas estimam um número de horas médio de descanso para que as crianças cresçam saudáveis. Mas não dá para ignorar a individualidade dos pequenos. Assim como os adultos, alguns bebês são naturalmente mais agitados ou preguiçosos. Como você conhece seu filho melhor do que ninguém, pode apostar na sensibilidade e na intuição para detectar quando o chororô e as noites em claro são mais que pura manha.
Márcia ajuda: "Olheiras, sinal de cansaço físico durante o dia e humor irritadiço mostram que algo não está indo bem à noite". Aí é preciso observar se o motivo da dificuldade para dormir é o mau condicionamento ou se a criança realmente tem algum transtorno perturbando o sono, como apnéia, cólicas ou refluxos. Nesse caso, peça orientação ao pediatra. Ninguém é mais indicado do que ele para dar uma mãozinha.

Pegar bebê no colo no meio da noite pode causar distúrbio de sono

Começa com um choro corriqueiro no meio da madrugada. O pai ou a mãe se levantam para acalmar o filho e não pensam duas vezes antes de envolver a criança no colo, na tentativa de fazê-la fechar os olhos. Animados com o resultado - ela pegou no sono em poucos minutos -, recorrem à estratégia com freqüência. Quando se dão conta, porém, o gesto virou uma moeda de troca e o pequeno só dorme com a condição de ser embalado nos braços.
Você provavelmente conhece essa história, "mas talvez não saiba que esse tipo de artimanha é um dos principais responsáveis pelos distúrbios do sono na mais tenra idade", afirma Marilúcia Picanço, que coordena a área de medicina da criança e adolescente da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília. Quem se mete na enrascada enfrenta verdadeiras maratonas para assegurar que o bebê e, conseqüentemente, o resto da família tenham uma noite tranqüila.
"Atitudes que facilitam o sono do filho ao exigir a presença dos pais fazem com que eles se tornem escravos do sono da criança", diz Márcia Pradella-Hallinam, coordenadora do setor de pediatria do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo. Portanto, se você deita ao lado do pequeno até ele adormecer ou permite que ele se enfie na sua cama no meio da madrugada, é hora de rever esses costumes.
Que fique claro: não se trata de uma proibição. Algumas vezes, só mesmo apelando para práticas, digamos, não recomendáveis, é que os pais conseguem sossegar o rebento e recarregar sua própria bateria. O problema é fazer disso um hábito. Aí, além de prejudicar a qualidade da soneca, eles podem retardar o amadurecimento da criança - e ninguém aqui está interessado em inibir a autonomia do pequeno, certo? Sem falar que a cadeira cativa do filho no quarto dos pais acaba empatando os momentos de intimidade do casal.
Para se ver livre da encrenca, o primeiro passo é reorganizar a rotina - só assim você deixa de ser um refém do sono do filhote. A disciplina é a senha para dar adeus a madrugadas em claro e, de quebra, oferece um escudo contra birras e histórias mirabolantes inventadas pelas crianças mais velhas para escapar da cama. "Tem que ser como militar na hora de definir horários", compara Rosana Alves, neurologista do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A sorte dos pais é que o organismo da meninada tem uma capacidade incrível de se adaptar a mudanças, o que facilita o processo de (re)aprendizagem do sono - normalmente, duas ou três semanas são suficientes para colocá-las nos eixos.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

As cólicas do bebê são algo normal


Está aí um dos problemas mais comuns das crianças. As cólicas são muito freqüentes especialmente nos três primeiros meses, quando o sistema digestivo ainda não está bem amadurecido. Na verdade, como todo o restante do corpo, órgãos como o estômago e o intestino ainda estão aprendendo a funcionar.
Os sintomas são fáceis de perceber e não há motivo para os pais se desesperarem. “Nesse período inicial, é bom lembrar, a cólica é considerada algo normal. Algumas crianças têm mais e outras menos”, afirma a nutricionista Tessa Guimarães, do Hospital da Criança Santo Antônio, em Porto Alegre.

Sinais de cólica
Quando a criança está sentindo o desconforto provocado pela cólica ela normalmente se contrai, como se estivesse se contorcendo, e costuma flexionar a perna. É possível ajudar o pequeno a se livrar desse incômodo (ou, ao menos, diminuir o sofrimento). Procure fazer massagem na barriga, sempre de cima para baixo ou no sentido anti-horário, que é o mesmo do caminho intestinal.
Aquecer o local também ajuda. A gastroenterologista pediátrica Dorina Barbieri, de São Paulo, aconselha esquentar a barriga da criança com uma fralda aquecida pelo ferro de passar ou com uma bolsa de água morna. A estratégia, segundo ela, ajuda a aliviar a dor.   

Bronquiolite - Quando o ar não passa

O nariz começa a escorrer, surge uma febre baixa e, para piorar, acompanhada de uma tossinha teimosa justamente na hora em que o pequeno pega no sono. Os sintomas até aqui são idênticos aos de uma gripe. Só que, além desses sinais, algo chama a atenção: um ruído semelhante a um miado. Quando esse quadro se instala, são grandes as chances de o problema atender pelo nome de bronquiolite. “Essa é a primeira causa de internação entre os lactentes”, diz a pediatra Sandra Vieira, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. E é bem agora, durante a temporada de dias frios — mais precisamente entre abril e setembro —, que a incidência de casos tende a aumentar.
Tudo por culpa do vírus sincicial respiratório (VSR). “Ele é o principal agente causador de bronquiolite”, afirma José Dirceu Ribeiro, presidente do departamento de pneumologia da Sociedade Brasileira de Pediatria e professor da Universidade Estadual de Campinas, no interior de São Paulo. Ribeiro conta que, embora a maioria das crianças, mais dia, menos dia, acabe mesmo entrando em contato com o VSR, nem todas desenvolvem a doença. “Quanto mais nova ela for, maior a suscetibilidade, já que o sistema imunológico ainda não está amadurecido o suficiente”, explica o pediatra Cid Pinheiro, do Hospital e Maternidade São Luiz, na capital paulista.
Não à toa, é nos primeiros meses de vida que o VSR entra em ação, comprometendo as trocas de oxigênio e gás carbônico e prejudicando a respiração. Após os 2 anos de idade, o vírus quase sempre se limita a causar resfriados, ou seja, não chega a penetrar na estrutura pulmonar.
Durante o inverno, resguardar as crianças não significa confiná-las. Aliás, isso só favorece a “estação da bronquiolite”, que é como o pediatra Gilberto Petty, professor do setor de pneumologia da Universidade Federal de São Paulo, se refere à alta incidência de casos nesta época do ano. “É importante ventilar os ambientes”, indica. Outra medida prosaica, mas que afasta pra valer a doença, é caprichar na limpeza das mãos, principalmente depois de chegar da rua. “Quem tem bebê deve abusar de água e sabão e completar a higiene com álcool a 70º”, recomenda José Dirceu Ribeiro, da Unicamp.

Açúcar alivia a dor de bebês prematuros

Diminuir o estresse dos prematuros durante o período que permanecem na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital é importante para promover o desenvolvimento saudável dessas crianças. O alerta é da psicóloga Maria Beatriz Linhares, professora da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), no interior paulista. Ela é reconhecida internacionalmente por demonstrar os benefícios de um tipo de açúcar, a sacarose, para acalmar os bebês e amenizar os desconfortos de procedimentos realizados diariamente ao longo da internação.
Pesquisas anteriores já mostravam a sensação de alívio causada pela substância nos bebês. O que Maria Beatriz resolveu investigar foi a manutenção desse efeito positivo ao usar doses repetidas. Diante do resultado, o procedimento foi adotado como rotineiro no Hospital das Clínicas da faculdade. Ali, os prematuros internados recebem a solução de açúcar cerca de dois minutos antes de passar por algum tipo de processo doloroso para o qual normalmente não se indica medicação – é o caso de coleta de sangue, aspiração das vias aéreas e inserção e remoção de tubos.
A ingestão do açúcar estimula a liberação de endorfinas, substâncias analgésicas naturalmente produzidas pelo próprio corpo da criança. Daí, envolto numa sensação de bem-estar, o bebê deixa de gastar energia quando mais precisa de forças para sobreviver. “É fundamental para o prematuro ganhar peso. Ou seja, tratar a dor é uma forma de melhorar as condições fisiológicas e comportamentais do paciente”, diz Maria Beatriz.
O efeito calmante deflagrado pela sacarose foi medido por médicos e aparelhos através de instrumentos e técnicas validadas para reconhecer expressões faciais de dor e análise de batimentos cardíacos, nível de saturação de oxigênio no sangue e estado de sono dos pequenos.
Mas fica um recado: esse poder tranquilizante não pode ser obtido com o açúcar que é utilizado em casa. “A solução oferecida no hospital é esterilizada e manipulada na concentração adequada. O açúcar vendido no supermercado contém conservantes e pode causar infecções graves no bebê”, alerta a médica neonatologista Walusa Ferri, especialista igualmente envolvida no trabalho.

Sacarose ou glicose?
Outro tipo de açúcar, a glicose já é usada com os mesmos fins terapêuticos em vários hospitais. Edneia Vaciloto Lima, chefe da UTI neonatal do Pro Matre, em São Paulo, conta que soluções glicosadas são oferecidas aos prematuros para acalmá-los. “Não é um procedimento de rotina, mas serve para os bebês muito agitados ou em casos específicos”, diz a especialista.
Maria Beatriz Linhares reconhece o efeito tranquilizante da glicose e explica ter escolhido a sacarose para o estudo seguindo uma recomendação das academias canadense e norte-americana de pediatria. “Não existem, até o momento, evidências de efeitos colaterais da substância”, diz a psicóloga. Segundo Walusa Ferri, há a suspeita de que a glicose em excesso pode causar a alteração no índice de glicemia da criança. “Mas ainda não há nada comprovado”, comenta.

domingo, 28 de agosto de 2011

Posso comer qualquer coisa ao amamentar?

O ideal é seguir uma dieta saudável, rica em frutas, legumes, verduras e grãos integrais. Água também é muito importante. Procure beber de 1 litro e meio a 2 litros além do que você já consome – tenha sempre uma garrafinha por perto e tome mesmo sem ter vontade. A água é essencial para a formação do leite. Temperos mais fortes, como alho e pimenta, são contraindicados. Eles alteram o gosto do leite e isso pode ter reflexos na amamentação. Chocolate, café, erva-mate e outros alimentos do gênero também devem ser evitados. A cafeína agita a criança e atrapalha o sono. Por fim, evite exagerar no leite de vaca, que pode induzir a uma intolerância da criança à proteína desse alimento.

Posso mexer no umbigo do meu filho?

Não só pode como deve. Ignore qualquer um que fale o contrário. Com o tempo, essa cartilagem vai secar e cair. Mas é preciso limpá-la para evitar contaminações. E isso não causa dor na criança. Portanto, faça o curativo sempre, de preferência após o banho. Sair sangue também é comum, não se preocupe. Use cotonete com álcool 70%, contornando o umbigo com delicadeza e sempre em um único sentido – no sentido horário, por exemplo. Ele vai cair entre sete e 14 dias.

O que faço para o bebê conseguir mamar?

Amamentar é uma tarefa que exige orientação. Não ache que você vai conseguir dar o peito com facilidade para seu primeiro filho sem receber alguma instrução. Nessa hora, avós, enfermeiras e até médicos se tornam tutores. No passado, a mulher recebia todas as referências em casa. Hoje em dia, as famílias estão mais dispersas e menos participantes. Por isso, fique alerta. Existem técnicas para tornar os mamilos mais propensos à amamentação, inclusive para evitar rachaduras. Agora, se o bebê demorar para pegar o peito e começar a chorar, não se desespere. E, principalmente, não desista do aleitamento. Vale a pena ter paciência e insistir.

E se meu leite for fraco?

Não existe leite fraco ou forte. A mãe produz todos os nutrientes necessários para seu filho. O que acontece é que a composição do líquido varia. Assim, as quantidades de proteínas e gorduras mudam de uma mamada para outra ou até durante uma mesma mamada. Por isso, é fundamental que o pequeno esvazie os dois peitos por completo – e que você esteja a postos para oferecê-los sempre que ele quiser. Além de ter a certeza de que a criança está bem nutrida, isso vai ajudar você a voltar à forma mais rapidamente. É que o hormônio responsável pela reposição de leite é o mesmo que estimula a contração do abdômen.

Será que ele tem refluxo?

O refluxo é a exceção, e não a regra. Ele só se caracteriza quando a criança perde peso mesmo mamando. Daí a importância do acompanhamento médico. Mas a regurgitação é normal. É um fenômeno que acontece por causa da imaturidade da válvula que controla a passagem do leite no esôfago. Ou, então, porque o bebê mamou mais leite do que seu estômago comporta. Seja como for, não se desespere cada vez que o líquido voltar. Procure apenas fazê-lo arrotar após as mamadas e, se ele é desses que expelem golfadas em forma de jatos, procure inclinar a base do berço.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Preciso acordá-lo de três em três horas para mamar?

Quem decide a hora de mamar é a criança. Dê o peito a ela sempre que quiser. Em geral, isso deve acontecer sete ou oito vezes ao dia, o que significa uma mamada a cada três horas. Mas podem ser dez ou seis, e tudo bem! Não existe regra. Agora, se você tem um filhote muito dorminhoco, uma dica é aproveitar as trocas de fralda, que devem acontecer a cada quatro horas no máximo, para oferecer o peito.

As visitas podem carregar o bebê?

Podem, mas nada de beijo. Exija também que todos lavem as mãos. E gente espirrando nem deve passar perto do pequeno – o melhor é aparecer outro dia. É que nessa fase as defesas das crianças, principalmente contra os famigerados vírus, ainda estão em desenvolvimento. Outra coisa importante: não permita tumultos em casa ou a peregrinação de colos. Tanto você como o bebê precisam de tranquilidade. Aliás, as visitas devem permanecer na sala e não no quarto do bebê. Se alguém insistir em vê-lo dormindo no berço, permita apenas uma pessoa por vez. A presença de muitas pessoas pode estressá-lo.

Será que ele está com frio?

O excesso de roupa pode causar até febre ou desidratação no bebê. Fique atenta a isso. A sensação de frio do recém-nascido não é muita diferente da sua. Enrolá-lo em duas cobertas numa tarde quente de primavera seria uma decisão errada. Se a temperatura for de 30 °C, pode deixá-lo com uma camiseta de manga curta e tecido fino.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Posso sair pra passear com ele?

Sim, desde que siga algumas regras básicas. A primeira delas, muitas vezes esquecida, é colocar a criança sempre na cadeirinha própria para transporte em automóveis. Outra: fuja de locais fechados e aglomerações, mesmo que seja na casa dos avôs. Um simples resfriado pode ter consequências mais sérias em um recém-nascido. O frio e o vento também podem ser bastante nocivos para o bebê. Procure agasalhar principalmente a cabeça dele. Mas sem exageros. Calor demais faz mal.

O bebê precisa arrotar toda vez que mama?

Ele não precisa necessariamente arrotar, mas o ritual do colo é fundamental e tem de ser repetido depois de cada mamada. Deixe a criança em posição vertical deitada de barriga sobre seu tórax e dê tapinhas muito sutis nas costas. Ela deve arrotar logo. Agora, se não ouvir a eructação (sim, esse é o nome) após 15 minutos, pode deitá-la sem medo. O arroto é importante porque o bebê engole ar enquanto suga o leite e precisa colocá-lo para fora. Caso contrário, vai ficar incomodado e até regurgitar.

Tudo bem se ele ficar muitos dias sem fazer cocô?

O recém-nascido pode ficar até dois dias sem evacuar. Isso não é comum, principalmente em crianças que mamam no peito, mas pode acontecer. Uma dica é estimular o ânus do bebê com uma gaze enrolada no dedo. Em geral, só de tocar superficialmente a região, o pequeno já consegue fazer cocô. Se o problema persistir, procure um pediatra

É normal fazer cocô muitas vezes num único dia?

No começo, o bebê evacua a cada mamada. Como ele só se alimenta de leite, é absolutamente normal que as fezes sejam pastosas. Em alguns casos, podem até ser líquidas com gruminhos. Por isso, não precisa se preocupar: ele não está com diarreia. A cor também é bastante característica: amarelo-ouro.

Em que posição devo colocá-lo para dormir?

De barriga para cima, e sem neura. Os estudos mais recentes mostram isso. Fique tranquila se o leite voltar. Seu pequeno terá reflexos para se defender. Ainda assim, é muito importante só deitá-lo depois de arrotar. Se a criança regurgita demais, é possível usar suportes triangulares para mantê-la deitada de lado, sempre com travesseiro do tipo antissufocamento. Em caso de refluxo, além do acompanhamento médico, procure inclinar a base do berço o máximo que der. Só não passe dos 45 graus.

Qual o melhor horário para dar o banho?

Não existe regra. Em geral, as mães preferem dar à noite para acalmar a criança antes do sono, além de contar com a ajuda do marido. Mas o critério é pessoal. Pode ser em qualquer horário. O mais importante é verificar a temperatura da água com a parte sensível do seu braço, ou com o punho. Se estiver morna, coloque o bebê ali sem receio. Não há necessidade de termômetro. Mas, caso queira usá-lo, veja se marca algo entre 36 e 37 ºC. Ao entrar na água, ele chora? Não se culpe por isso. É normal esse tipo de coisa acontecer. Os pequenos se assustam nessa hora por insegurança. Para contornar a situação, enrole-o em uma fralda de pano em posição fetal. Isso lhe trará o conforto e a segurança de que tanto necessita. Depois, vá soltando a criança ao poucos, até ela se acostumar.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Qual o jeito certo de segurá-lo?

É normal: carregar um recém-nascido dá aflição. Até mesmo para a mãe. Afinal, segurar no colo alguém tão pequenino e flexível requer bastante cuidado – mas nada que você não tire de letra nos primeiros dias. Como a musculatura do pescoço é pouco desenvolvida, é preciso apoiar bem a cabeça e as costas do bebê. A melhor maneira de fazer isso é encaixar a cabeça na dobra do cotovelo e as costas no antebraço. Importante: nunca faça movimentos bruscos e preste atenção para não pressionar demais, ou bater, a parte superior da cabeça da criança, também chamada moleira, já que os ossos do crânio ainda não estão totalmente formados.

Posso dar água ou chá para meu bebê?

De preferência, não. O leite materno nutre, hidrata e acalma, suprindo todas as necessidades da criança. Quando a mãe dá chá ou água, o pequeno deixa de tomar o leite materno e ingere quantidades menores de proteínas e calorias necessárias para o seu desenvolvimento. Sem falar que a maioria dos chás contém estimulantes que deixam o bebê agitado. Se forem servidos com açúcar, pior ainda. Os grãos podem fermentar e causar cólicas. Além disso, há o risco da chamada confusão de bicos, que faz com que a criança largue o peito da mãe sem necessidade e adote a mamadeira.

Por que o recém-nascido chora tanto?

O bebê chora porque quer alguma coisa. Os motivos variam: fome, fralda suja, frio, calor, posição desconfortável, incômodo, irritação por barulho ou luz, estresse diante da movimentação de adultos e por aí vai. É claro que, às vezes, o cansaço e a falta de sono podem fazê-lo perder a paciência. Mas lembre: essa é a única forma de expressão do pequeno. Se você perceber que está irritada demais, peça ajuda a alguém, tente sentar, respirar fundo e se acalmar. Tudo vai dar certo. Mesmo porque, a partir dos quatro meses, a tendência é que o pequeno chore menos.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Os tipos de choro

Aprenda a identificar o motivo pelo qual o bebê está se debulhando em lágrimas. Observá-lo é essencial.


Fome: é persistente e costuma parar até que o bebê seja alimentado. Chupar os dedos e abrir e fechar a boca com as mãos sobre o peito pode ser indício de que ele está faminto.

Dor: gritos agudos seguidos de pequenos intervalos. Ele também costuma berrar alto e não descansa mesmo quando acariciado.

Cólica: choro agudo e intenso, que geralmente faz a criança esticar e encolher as pernas, tremer o queixo, ter uma expressão facial de dor e ficar com o rosto vermelho.

Sono: a criança fica nervosa, agitada, com um choro irritado.

Frio ou calor: choro parecido com o de sono, que transmite desconforto.

Fralda suja ou roupa desconfortável: choro fraco e estridente. Se tiver assaduras, ele pode ser mais intenso porque, daí, o pequeno sente, além do incômodo, ardor. Vale saber que nem toda criança abre o berreiro quando está com a fralda suja.

Emocional: também é conhecido como o choro “de estranhar” ou de manha. A criança precisa ser reconfortada pela família e, caso se sinta insegura, pode apresentar um choro acompanhado de soluços. Se os pais descartarem todas as possíveis causas físicas, pode ser que o bebê queira apenas chamar a atenção.

O que fazer se o bebê não para de chorar mesmo com as várias tentativas dos pais de acalmá-lo?

Converse sempre com o pediatra para obter orientações de como proceder nesses casos e procure a ajuda de especialistas se o seu filho apresentar um choro diferente ou algum sintoma como febre, tosse, erupções na pele, diarreia, vômito, abdômen inchado, falta de contato visual e estado de quietude anormal.
Existem síndromes e doenças que comprometem o choro do bebê. A psicomotricista Dione Macêdo, que trabalha na Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), do Rio Grande do Norte, costuma lidar com crianças que apresentam choros anormais desde os primeiros dias de vida. De acordo com ela, quem tem problemas neurológicos sérios, por exemplo, pode apresentar uma irritabilidade contínua e um choro estridente e muito nervoso. Em outros casos, como bebês com cardiopatias graves, o choro geralmente é fraco.

Tudo bem deixar a criança chorar no berço durante um período sem atendê-la?

É fundamental conferir se está tudo bem com o bebê quando ele chora. Feito isso, os pais podem deixá-lo choramingando desde que se mantenham por perto. Uma dica é conversar com ele, contar histórias, cantar canções de ninar e passar a mão pela sua barriga. “Não é necessário dar colo sempre que a criança chora. Muitas vezes, é aí que começa o mimo em excesso”, afirma a enfermeira Daisy Leite.

É correto levar o bebê para passear de carro ou pegá-lo no colo sempre que chora?

O ideal é que a criança seja acalmada com métodos diferentes. Se os pais acostumam o pequeno com alguns hábitos, como passear de carro ou no elevador, pegá-lo no colo sempre que chora, com o tempo pode ser difícil contornar situações em que não seja possível se valer desses recursos.

O que devo fazer para acalmar o bebê?

Em primeiro lugar, certifique-se de que ele não está com fome, sono ou com a fralda suja. Cheque também se o motivo da bronca não é calor ou frio. Quando o pequeno tem a reclamação atendida, costuma parar com o chororô. Mas, às vezes, o bebê está apenas pedindo um pouco de afago da mãe. Tente se aproximar do pequeno e falar em tom afetuoso frases como “Calma, filho, a mamãe está aqui”.
Outra saída é o uso do método “mamãe canguru”. Essa técnica é considerada por médicos e enfermeiros a melhor maneira de estreitar o contato entre mãe e filho. Isso porque o pequeno é colocado próximo ao corpo materno, com a ajuda de uma faixa de tecido – daí o nome. Visto com bons olhos por especialistas e mamães de primeira viagem, o método canguru costuma apresentar bons resultados, especialmente com bebês prematuros. Uma forma de pôr essa estratégia em prática é apelar para o sling, um acessório feito de pano amarrado ao ombro. Ele traz segurança e conforto à criança.

O choro é sempre sinônimo de incômodo?

Sim, muitas vezes ele sinaliza algum incômodo. Mas também pode ser manha. Na dúvida, não custa dar um pulo no quarto para verificar se algo está acontecendo.

É possível identificar se o bebê está doente por meio do choro?

Sim. “Toda mãe conhece o choro do filho, entende suas necessidades e sabe quando o bebê se manifesta de uma maneira diferente”, explica a enfermeira Daisy Leite, que estuda o assunto há mais de 40 anos. Daisy desenvolveu várias pesquisas nessa linha: as variações do choro, suas causas e as possíveis doenças que provocam esse comportamento, quando ele é anormal. Segundo ela, é exatamente o choro não identificado que leva a mãe a procurar o pediatra.

Em que situações eles choram?

Geralmente quando têm fome, sono, frio ou calor. Eles também põem a boca no mundo se sentem algum tipo de dor, sujam a fralda, estão com uma roupa desconfortável ou numa posição incômoda.

Existe uma faixa etária em que o choro é mais frequente e intenso?

Nos primeiros dois meses. Nesse período, pesquisas apontam que os recém-nascidos choram em média três horas ao longo do dia, em momentos variados. “No entanto, é importante lembrar que isso também está relacionado a uma questão individual e de temperamento. Existem bebês que choram mais e outros menos”, esclarece a pediatra Devani Pires. A tendência é que esse comportamento diminua ao longo do crescimento da criança.

Por que os bebês choram?

O choro é a única forma de o pequeno comunicar o que deseja, especialmente nos primeiros meses de vida. É a forma de ele se expressar antes que seja capaz de dizer as primeiras palavras. No recém-nascido, é considerado um ato reflexo. “Com o tempo, ele se modifica. O bebê começa a reconhecer o ambiente em que vive e isso vai alterando seu comportamento”, explica a pediatra Devani Pires, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A partir do terceiro mês, a criança passa a entender que, ao precisar de algo, basta abrir o berreiro. Aí, nessa fase, o choro passa a ser voluntário.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A importância do pai


Desde a gestação o pai tem um papel fundamental no desenvolvimento do filho. Hoje, comprovadamente, sabe-se que todas as emoções vividas pela mãe na gestação influem diretamente no desenvolvimento da criança. Quando a mãe está feliz, ou triste, nervosa ou tranqüila a criança também recebe esses estímulos, portanto, o pai deve participar ativamente deste período, acompanhando todo o desenvolvimento, as consultas no obstetra, obtendo informações de como será a nova vida com a chegada de um bebê.
Quanto menor a criança, maior é a necessidade de referência e valores. Essa referência sempre estará presente, até a vida adulta, entretanto, nos anos iniciais, os valores discursados e praticados têm um peso significativo. O pai precisa dispor de um tempo efetivo para o filho. Aquele tempinho para contar uma história, rolar no chão e contar as novidades do dia. É preciso exercitar essas atitudes para que efetivamente esse momento seja rico. Se o pai chega em casa, com a cabeça no trabalho, e coloca uma fita para o filho ver e pensa que está fazendo um benefício, pois ele está entretido e feliz, se engana. Aqueles minutos de intimidade são essenciais para criar o vínculo e dar parâmetros de comportamento à criança.
Não se pode mais falar hoje, de um modelo de pai, pois muitos são os tipos de estruturas familiares. Tempos atrás, a família patriarcal era soberana. Bastava ao pai prover autoridade, segurança física e financeira – e pronto, seu papel estava sendo perfeitamente cumprido. Hoje, ainda remanescem algumas famílias patriarcais, mas são poucas. O pai tem procurado participar mais, dividir responsabilidades e prazeres ao lado dos filhos também. E claro, essa é a receita ideal.
A ausência do pai pode trazer conseqüências psicológicas à criança. Se a ausência é definitiva, no caso de morte ou porque o pai não assumiu a paternidade, há que se trabalhar o contexto com a criança desde cedo contando a ela, na linguagem apropriada para a idade, o que aconteceu e como o restante da família enxerga a situação, procurando minimizar o sentimento de rejeição. É sempre muito importante ter uma figura masculina, seja ela um novo companheiro da mãe, um tio, amigo ou avô, para que se tenha o modelo masculino. Quando a criança não tem esse modelo pode passar por situações de não reconhecimento do gênero. Ela não sabe o que é ser menina ou menino, pois não têm parâmetros. É muito comum, principalmente em meninos já que estamos falando da figura do pai, adotarem trejeitos femininos ou até preferências culturalmente femininas, não porque tenham uma opção sexual diferente, o que também pode ocorrer, mas porque simplesmente ele não sabe o que é ser menino ou o que faz um menino.
Para o famoso “pãe”, o conselho é: pais são tão capazes para lidar com a rotina do filho quanto as mães. O ponto mais importante é ter consciência da necessidade do modelo feminino, como dissemos em relação ao masculino. Importantíssimo é não menosprezar a mãe, por mais difícil que tenha sido a separação, se for esse o caso. Há que se pensar na criança. Mães e pais são vínculos eternos. Não se deve "fazer a caveira" do outro, pois elas crescem, são inteligentes e irão certamente fazer comparações e tirar suas conclusões, percebendo os defeitos e qualidades de ambos. Sabemos que uma separação na maioria das vezes não acontece de forma amigável, mas é preciso se conscientizar e não usar as crianças como ferramenta para ferir o outro. Sejam espontâneos e transparentes. Não é preciso recompensas materiais. Curtam os momentos em que estão juntos, riam e se divirtam. Não há melhor receita.

Papai também tem depressão pós-parto

A tristeza, o medo e a insegurança não são sentimentos exclusivos das mamães que acabam de ter um bebê. O papai também pode apresentar a depressão após ganhar um filho. Um bebê traz felicidade e também novas responsabilidades, e o papai tem que lidar com essa grande mudança na vida. É comum ouvirmos falar que a mãe sofreu depressão pós parto. Mas sabiam que também existe depressão do papai pós parto?
Um estudo publicado no Journal of American Medical Association revelou que cerca de 10% dos pais sofrem depressão após o nascimento do bebê. Este índice aumenta após o primeiro trimestre podendo chegar a 25%.
A maioria dos papais que sofrem esse tipo de depressão é de primeira viagem. Com o segundo filho a experiência anterior ajuda e a depressão pós-parto diminui.
Há a ilusão de que a chegada do bebê promove satisfação, realização e felicidade plena para o casal mesmo envolvendo o cansaço físico, como noites sem dormir. Mas nem tudo são flores. A atenção da mulher que era exclusiva do maridão agora é quase que exclusiva do filho. Aí muitos papais se sentem excluídos dessa relação.
A preocupação com o futuro aparece: “Será que a minha mulher vai voltar a forma física de antes?”, “Será que vou dar conta de educar, prover e proteger meu filho?” “Será que serei um bom pai?”. A exigência de hoje por ser um pai presente e que participe dos cuidados do filho aumentou muito. Antigamente o pai tinha que prover o lado financeiro e, se pudesse, brincava um pouco com os filhos.
A depressão pós parto no pai ocasiona ansiedade, mudanças de humor e fica irritado facilmente. Ele fica naquela sensação de não estar sendo um pai completo, achando que não tem conseguido retransmitir todo o amor ao filho. Por misturar esse sentimento com problemas externos, muitas vezes a “culpa” do pós parto pode ser atribuída ao trabalho fora de casa, por exemplo.
E vocês sabem: homem geralmente não externa seus sentimentos, criando barreiras e dificultando a resolução do problema. Muitas vezes tem vergonha de admitir. E o pior é que esse desequilíbrio emocional é sentido pelo bebê, que pode ter problemas de comportamento na escolinha.
A depressão do homem pós parto se combate através de uma boa conversa, em que todos os pontos são abordados. Se isso não resolver, é preciso que um profissional especializado analise o caso e tome as medidas necessárias.

domingo, 21 de agosto de 2011

Choro súbito o que fazer?

Como a criança não fala, qualquer ocorrência que envolva uma dor intensa provoca o choro súbito. Os motivos variam. Pode ser uma picada de inseto, um ouvido entupido ou uma cólica. Ou pode não ser nada também, apenas um susto, sem graves consequências. 
Diagnosticada a doença, a criança deve ser medicada conforme indicação do pediatra, hidratada e higienizada. É importante monitorar o estado geral e a temperatura do bebê, além de sugar o catarro do nariz com bombas próprias para isso.

Pneumonia o que fazer?

Depois de um resfriado ou gripe, há sempre o risco do quadro evoluir para uma bronquiolite ou até uma pneumonia. Ou seja, inflamações no pulmão. A pneumonia é grave. Causa tosse mais carregada, febre persistente, falta de ar e chiado no peito. Em alguns casos, a tosse pode levar ao vômito.
Diagnosticada a doença, a criança deve ser medicada conforme indicação do pediatra, hidratada e higienizada. É importante monitorar o estado geral e a temperatura do bebê, além de sugar o catarro do nariz com bombas próprias para isso.

Otite o que fazer?

A otite é um agravamento de um quadro de virose. O catarro do resfriado que se acomoda em canais auditivos pode causar a inflamação do ouvido. Isso acontece porque as secreções constituem um ambiente perfeito para bactérias oportunistas, praticamente uma incubadora. Choro intenso, inapetência, perda da fome e irritabilidade são alguns dos sinais do problema. Em geral, há febre inferior a 39 °C, mas não necessariamente.
É uma doença que costuma surgir três ou quatro dias depois de um resfriado. O diagnóstico deve ser feito pelo médico com um otoscópio – aparelho próprio para isso. O método de apertar o ouvidinho para ver se a criança chora não é confiável. Diante da confirmação da doença, além de seguir a prescrição do pediatra, os pais podem esquentar a região com um lenço aquecido e promover a higienização nasal, a inalação e a sucção do catarro com uma bombinha manual. Manter o pequeno hidratado também é importante.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Virose intestinal o que fazer?

As viroses também atacam o tubo gastrintestinal. O resultado pode ser cólica, vômito e diarreia, seguidos ou não de febre. Aqui a situação requer mais atenção. O principal risco é o de desidratação. É uma doença que provoca choros cíclicos na criança e irritação. No caso da diarreia, a evacuação acontece com mais frequência e pode apresentar laivos de sangue.
Se a criança começar a evacuar e vomitar com muita frequência, procure imediatamente ajuda médica. A amamentação é a melhor forma de hidratar o bebê até, pelo menos, os 6 meses. Para os mais velhos, sirva apenas comidas leves e naturais, como arroz, purê de batata com cenoura, maçã, suco de maçã e banana-maçã. Água e chá sem açúcar são bem-vindos também.

Resfriado o que fazer?

Os vírus são bastante nocivos aos bebês, que apresentam um sistema imunológico ainda imaturo e ficam mais vulneráveis a agentes externos. Por isso, os resfriados leves, ou viroses, afetam muitas crianças no primeiro ano de vida, principalmente quando frequentam creches e berçários de escolas. A inflamação causa coriza, obstrução nasal, tosse e lacrimação. Também pode dar febre baixa.
Em primeiro lugar, não se desespere porque a criança está com 38 °C de febre. Antes de ir para o hospital, procure observar seu filho. Se for possível, ligue para o pediatra dele. Nesses casos, é preciso acompanhar a evolução da doença para saber o que fazer. Até lá, monitore a febre, dê banho, limpe o nariz, faça inalação e amamente normalmente. Sob orientação médica, um antitérmico pode ser administrado. Agora, se a febre persistir por mais de 48 horas ou superar os 38,5 °C e a criança apresentar prostração, leve-a a um pronto-socorro.   

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Descamações e brotoejas o que fazer?

A chamada crosta láctea, um tipo de dermatite seborreica, é muito comum em bebês. É uma doença inflamatória de pele, que causa descamações e vermelhidão – principalmente no couro cabeludo, embora possa aparecer em outras partes do corpo. Ela surge nas primeiras semanas de vida da criança e tende a desaparecer antes do primeiro ano. Está associada à imaturidade da pele. As brotoejas, aquelas bolinhas rosadas no corpo da criança, também são bastante comuns nessa idade. São pequenas erupções que surgem porque alguns poros do bebê ainda estão fechados, obstruindo a passagem do suor. Elas coçam e irritam.
No caso da crosta láctea, a recomendação é passar óleo vegetal na região descamada antes do sono do bebê e lavar com sabão neutro – use um pente fino para limpar o cabelo se o problema estiver no couro cabeludo. Já as brotoejas desaparecem sozinhas. O máximo que se pode fazer é reduzir o vermelhão e a coceira com a água um pouco mais fria e evitar que a criança transpire. Para isso, é importante vesti-la com roupas arejadas e leves. Procure também secar bem o bebê, nunca esfregando a toalha, mas pressionando levemente a pele.

Dor dos primeiros dentes o que fazer?

Os primeiros dentinhos incomodam o bebê ao nascer. É um processo dolorido e desconfortável. A criança fica bastante irritada, chora a todo instante, pode se recusar a mamar e até ter febre leve, pouco acima de 37 °C. Ela também baba muito.
Dê mordedores para a criança. Eles ajudam a coçar a gengiva e estimulam a erupção do dente. Existem modelos com gel que ficam na geladeira. São especialmente indicados porque a baixa temperatura ameniza o incômodo. Fale com seu pediatra e pergunte a ele sobre pomadas analgésicas para uso tópico, ou seja, para a aplicação diretamente na gengiva. Febres abaixo de 38 °C não devem ser motivo de preocupação demasiada. Elas acontecem, mas cessam assim que o dente nasce.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Sono intranquilo o que fazer?

Até os 3 meses de vida, é recomendável que a criança durma próxima à mãe por comodidade e segurança. Após esse período, no entanto, o bebê deve ir para o quarto dele e deixar aos poucos a mamada da madrugada. E é justamente nessa fase que começam os problemas relacionados ao sono. A criança chora muito e torna a noite dos pais um tormento. Muitas mães voltam a trabalhar nesse período, o que agrava ainda mais a situação.
O sono intranquilo não costuma ser um problema de saúde, e sim de comportamento. Afinal, a criança está acostumada a acordar à noite para mamar. Por isso, é preciso calma para tirar o peito da madrugada. Faça isso aos poucos. Começar a criar novos hábitos, com horários mais rígidos, é outra medida importante. Além disso, resista à tentação de atender ao choro do bebê de imediato. Evite também fazer barulho, acender a luz e pegá-lo no colo: isso vai despertá-lo de vez! Deixe-o resmungar um pouco. É comum o pequeno acordar, chorar e voltar a dormir. Se ele não aprender a dormir nessa idade, poderá levar o hábito para o resto da infância.

Cólica o que fazer?

A imaturidade do sistema digestivo do bebê é responsável pelo mais famoso drama na vida de pais de recém-nascidos: as cólicas. Trata-se de uma manifestação orgânica. O intestino reage a proteínas estranhas, presentes no leite materno. Marcadores bioquímicos identificam essas substâncias. O resultado são desconfortos e dores abdominais, seguidos de choros repentinos e agudos.
Não há muito o que fazer, além de esperar a maturação do tubo digestivo da criança. A partir do terceiro ou quarto mês, a criança passará a reconhecer as proteínas do leite materno e deixará de ter cólicas com frequência. Até lá, os pais podem usar bolsas de água quente, massagens e flexão de pernas para amenizar o incômodo, mas essas são medidas paliativas. O banho e a posição fetal também acalmam o bebê. Há médicos que prescrevem analgésicos e outros que toleram a popular funchicória (remédio fitoterápico), embora não a indiquem. Nesse caso, o que vale é a palavra de seu pediatra de confiança.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Refluxo o que fazer?

Crianças muito pequenas regurgitam bastante. O principal motivo é a imaturidade da válvula que controla a passagem de fluxo entre o esôfago e o estômago. Além disso, o bebê pode não arrotar direito ou mamar além de sua capacidade. Em casos mais graves e menos frequentes, o recém-nascido vomita sempre e muito.
Na maioria dos casos mais simples, é importante estimular o arroto do bebê. Coloque-o sobre seu peito de bruços com o corpo inclinado cerca de 30 graus. Dê tapinhas suaves nas costas dele e espere a bofada por até 15 minutos. Se a criança vomita muito, vale a pena inclinar a base do berço e trocar as fraldas em áreas com a cabeceira mais elevada. Agora, em casos mais graves, caracterizados por vômitos frequentes e fortes, perda de peso, irritabilidade, choro constante e tosse exagerada, procure um pediatra. Ele pode ter a chamada doença do refluxo gastroesofágico.

Nariz entupido o que fazer?

As narinas estreitas de um recém-nascido favorecem o congestionamento nasal. Por isso, qualquer secreção extra é capaz de obstruir o fluxo do ar nessa região e o bebê passa a respirar com dificuldade. Além do barulho característico, o nariz entupido faz com que a criança acorde com mais facilidade e se torne irritadiça. O ar seco, o excesso de muco e mesmo um princípio de resfriado podem causar o problema.
Lave as narinas do bebê com solução fisiológica. Usar inaladores também é recomendável. Se o ar estiver seco, vale a pena ter um umidificador de ambiente. Procure manter a criança inclinada, quase sentada, o máximo que puder. Essa posição ajuda a descongestionar o nariz. Importante: nunca use cotonetes, pois são muito grandes. Prefira bombas manuais de sucção, que parecem uma pera.

Açúcar alivia a dor de bebês prematuros

Diminuir o estresse dos prematuros durante o período que permanecem na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital é importante para promover o desenvolvimento saudável dessas crianças. O alerta é da psicóloga Maria Beatriz Linhares, professora da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), no interior paulista. Ela é reconhecida internacionalmente por demonstrar os benefícios de um tipo de açúcar, a sacarose, para acalmar os bebês e amenizar os desconfortos de procedimentos realizados diariamente ao longo da internação.
Pesquisas anteriores já mostravam a sensação de alívio causada pela substância nos bebês. O que Maria Beatriz resolveu investigar foi a manutenção desse efeito positivo ao usar doses repetidas. Diante do resultado, o procedimento foi adotado como rotineiro no Hospital das Clínicas da faculdade. Ali, os prematuros internados recebem a solução de açúcar cerca de dois minutos antes de passar por algum tipo de processo doloroso para o qual normalmente não se indica medicação – é o caso de coleta de sangue, aspiração das vias aéreas e inserção e remoção de tubos.
A ingestão do açúcar estimula a liberação de endorfinas, substâncias analgésicas naturalmente produzidas pelo próprio corpo da criança. Daí, envolto numa sensação de bem-estar, o bebê deixa de gastar energia quando mais precisa de forças para sobreviver. “É fundamental para o prematuro ganhar peso. Ou seja, tratar a dor é uma forma de melhorar as condições fisiológicas e comportamentais do paciente”, diz Maria Beatriz.
O efeito calmante deflagrado pela sacarose foi medido por médicos e aparelhos através de instrumentos e técnicas validadas para reconhecer expressões faciais de dor e análise de batimentos cardíacos, nível de saturação de oxigênio no sangue e estado de sono dos pequenos.
Mas fica um recado: esse poder tranquilizante não pode ser obtido com o açúcar que é utilizado em casa. “A solução oferecida no hospital é esterilizada e manipulada na concentração adequada. O açúcar vendido no supermercado contém conservantes e pode causar infecções graves no bebê”, alerta a médica neonatologista Walusa Ferri, especialista igualmente envolvida no trabalho.

Sacarose ou glicose?
Outro tipo de açúcar, a glicose já é usada com os mesmos fins terapêuticos em vários hospitais. Edneia Vaciloto Lima, chefe da UTI neonatal do Pro Matre, em São Paulo, conta que soluções glicosadas são oferecidas aos prematuros para acalmá-los. “Não é um procedimento de rotina, mas serve para os bebês muito agitados ou em casos específicos”, diz a especialista.
Maria Beatriz Linhares reconhece o efeito tranquilizante da glicose e explica ter escolhido a sacarose para o estudo seguindo uma recomendação das academias canadense e norte-americana de pediatria. “Não existem, até o momento, evidências de efeitos colaterais da substância”, diz a psicóloga. Segundo Walusa Ferri, há a suspeita de que a glicose em excesso pode causar a alteração no índice de glicemia da criança. “Mas ainda não há nada comprovado”, comenta.

domingo, 14 de agosto de 2011

Vacinação agora conta com mais duas vacinas

Sobe para treze o número de vacinas do calendário nacional básico de vacinação. O Ministério da Saúde anunciou que vai adicionar a pneumocócica 10-valente e a anti-meningococo C ao circuito de imunizações da rede pública de saúde. A primeira delas começa a ser distribuída em março de 2010, enquanto a segunda começa a ser aplicada em agosto.
A pneumocócica 10-valente protege contra a bactéria causadora de doenças como as meningites e pneumonias pneumocócicas, além de seus desdobramentos como a otite, sinusite e as infecções de garganta. A anti-meningocócica C imuniza contra a doença meningocócica, uma inflamação das membranas que cobrem o cérebro e a coluna e que resulta em dores de cabeça, febres altas e muito desconforto nos pequenos.

Como será o esquema de vacinação?
A vacina pneumocócica 10-valente vai ser distribuída para crianças com menos de um ano em três doses e a anti-meningocócica C vai ser ministrada em duas doses seguidas. Ambas as vacinas terão uma dose de reforço antes da criança comemorar o primeiro aniversário.
Como este é ano inicial da implantação da vacina no sistema público de saúde, se o seu filho tem até dois anos e não foi imunizado anteriormente, ele também tem direito a receber as injeções. Só a partir de 2011, que estas vacinas farão parte do calendário básico destinado especificamente as crianças menores de um ano.

ANVISA aprova vacina 13-valente

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar a vacina pneumocócica conjugada 13-valente, do laboratório Pfizer, que promete 100% de cobertura aos principais tipos de micro-organismos por trás da pneumonia e da meningite. Esse tipo de imunizante é indicado a lactentes e crianças entre seis semanas e seis anos de idade (incompletos) e deve ser administrado em quatro doses: aos 2, 4, 6 meses e entre 12 e 15 meses de idade. Segundo a Organização Mundial da Saúde, as doenças pneumocócicas matam de 600 mil a 1 milhão de crianças todos os anos.
Até o ano passado, a única vacina desse gênero disponível era a 7-valente. A partir deste ano, o calendário do Ministério da Saúde adotou a 10-valente para barrar essas enfermidades. A 13-valente, por enquanto, será apenas distribuída na rede privada.
Se seu filho recebeu, até o momento, uma ou mais doses da 7-valente, ele poderá completar, sem problemas, o processo de imunização com a nova vacina. Para aquelas crianças que já receberam as quatro doses recomendadas, é possível tomar mais uma da nova versão para garantir uma cobertura ainda mais eficaz.

sábado, 13 de agosto de 2011

Como se deve tratar cada uma das assaduras?

Nos casos mais leves, o tratamento é o mesmo, independentemente da causa. Em primeiro lugar, lave bem a região com água morna e sabão neutro ao banhar o bebê. Durante as trocas de fralda, que devem se tornar ainda mais frequentes, faça a higiene com 120 ml de água morna e uma colher de sopa de bicarbonato de sódio. Procure não esfregar o algodão com muita força na hora da limpeza. Prefira batidinhas leves. Se for o caso, deixe eventuais excessos do creme de barreira, mas sem comprometer a qualidade da higiene. Antes de colocar a fralda, certifique-se de que o bebê está bem seco. Aliás, procure deixar a criança mais tempo sem fralda. Em casos mais graves ou persistentes, procure um médico. Ele pode prescrever pomadas específicas, como as antimicóticas, ou recomendar a troca do tipo ou da marca da fralda.

Todas as assaduras têm a mesma causa?

Trata-se de uma inflamação de causas diversas. Mas, em geral, o problema ou é causado pelo contato da pele com substâncias irritantes, em geral enzimas de fezes, ou por microorganismos, os fungos.

A assadura tende a piorar no verão?

Sim, o calor favorece a transpiração, principalmente onde o elástico da fralda aperta. O suor e a fricção podem levar a uma dermatite. As altas temperaturas também costumam abafar ainda mais as partes cobertas pela fralda, contribuindo para a multiplicação de fungos causadores de assadura. Mas é importante não confundir assadura com brotoeja, que são erupções associadas a problemas de transpiração.

É verdade que meninas desenvolvem mais assaduras do que meninos?

Não, os riscos sãos os mesmos. Na verdade, a qualidade da higiene é mais importante do que o sexo da criança. Assim como a quantidade de dobras e o tamanho de sua superfície de contato. Não por acaso os bebês rechonchudos sofrem mais com o problema.

Quando devo tirar a fralda da criança?

Cada criança tem sua etapa de desenvolvimento, e não existe regra para isso. Em relação ao problema das assaduras, o que se sabe é que por volta dos 2 anos, a criança passa a ter hábitos alimentares mais favoráveis as dermatites de fralda. A comida fica mais ácida e contribui para a liberação de substâncias irritantes a pele nas fezes e na urina.

Devo usar fralda de pano ou descartável?

A fralda descartável é uma das grandes responsáveis pela redução da incidência de assaduras em bebês. Elas facilitam a vida dos pais ao eliminar as eternas lavagens e permitir que a criança permaneça com a peça por mais tempo. Mas, se as trocas forem frequentes, as fraldas de pano causam menos dermatites. É que elas deixam a região mais arejada e tendem a irritar menos a pele.

Como prevenir as assaduras?

Evite o uso de lenços umedecidos para limpar o bebê. Prefira água morna e algodão. Pelo menos até os 9 meses, vale a pena deixar uma garrafinha térmica com água e um pote com algodão junto ao trocador. Lenços, somente quando for sair. Os cremes preventivos, a base de óxido de zinco, também são fundamentais para evitá-las, pois funcionam como uma barreira mecânica as substâncias causadoras da irritação. Passe em cada dobrinha sempre que trocar a criança, o que deve acontecer de oito a dez vezes por dia, nos bebês mais novos. Aliás, toda vez que for possível, procure deixar seu filho alguns minutos sem fralda. Se o bebê ainda mama no peito, é recomendável que a mãe evite alimentos muito ácidos ou condimentados. O mesmo vale para bebês que já ingerem sólidos. Frutas ácidas, como abacaxi, morango, laranja e pera, podem favorecer as assaduras.

O que é assadura?

É uma reação inflamatória da pele desencadeada pelo contato com substâncias irritantes produzidas por urina e fezes retidas na fralda. Não por acaso, também é conhecida como dermatite de fralda, um problema bastante comum em bebês. Diversas causas contribuem para o desenvolvimento da assadura - caracterizada principalmente por vermelhidão e irritação, que pode evoluir para descamações, erupções e até sangramentos, em casos mais raros. A umidade da fralda suja favorece a absorção das toxinas irritantes a pele do bebê. Já a fricção ajuda a esfolá-la. E tanto a falta da luz solar quanto o calor contribuem para a proliferação de alguns fungos intestinais, que também podem provocar assaduras.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Toda a verdade sobre as cólicas

Ver o bebê com o rosto vermelho de tanto chorar, as pernas encolhidas e os dedinhos crispados - sinais típicos de que a razão da dor são as cólicas - é um espetáculo que nenhum pai quer presenciar. O grande alento é que as cólicas desaparecem no terceiro mês de vida, quase tão misteriosamente quanto chegaram, e não deixam nenhuma seqüela. Também é verdade que pais que lidam com a situação com tranqüilidade têm o dom de acalmar o bebê. Portanto, arme-se com as informações que colhemos com quatro consultores e aprenda a distinguir o que é mito e o que é verdade.

1. Por que o recém-nascido tem cólica? Ainda há muitos pontos obscuros sobre esse assunto. Não existe, por exemplo, uma causa exata. As cólicas são atribuídas à associação de alguns fatores, entre eles a imaturidade dos sistemas gastrintestinal e nervoso central, que, entre outras funções, controla as contrações do intestino. Como o processo de formação e funcionamento desses mecanismos ainda não está completo, ocorrem movimentos intestinais descoordenados que acabam provocando as dores. Passados três meses, esses sistemas adquirem maturidade e as cólicas deixam de fazer parte da rotina da família.

2. Por que algumas crianças têm cólicas e outras estão livres delas?
Cada indivíduo é único no que diz respeito a fatores genéticos e biológicos, o que explica parte da questão. A outra parte diz respeito ao ambiente. Embora não haja dados científicos sobre o assunto, os pediatras concordam que a atitude dos pais conta pontos. "A criança percebe tudo a sua volta, inclusive a tensão e a ansiedade dos pais", explica o neuropediatra Mauro Muszkat, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). "A reação a esses estímulos externos pode ser a cólica." Tanto isso é verdade que, para o pediatra Ruy Pupo Filho, autor do Manual do Bebê (editora Campus Elsevier), a cólica é quase sempre uma característica do primeiro filho - o segundo costuma ter bem menos e o terceiro quase não tem. Excesso de agitação, como som e TV altos ou brincadeiras prolongadas, também pode desencadear ou turbinar as cólicas. Respeito ao ritmo e ao sono do bebê é fundamental.

3. Como saber se o choro é mesmo devido à crise de cólica? Primeiro, por eliminação: o bebê está com fome? A fralda está molhada? Está com calor? Com frio? Se essas possibilidades foram descartadas e o choro continua, é grande a probabilidade de ser cólica. Além disso, há algumas características específicas: o bebê se contorce, o rosto fica vermelho e com expressão de dor, as mãos se fecham e o choro estridente parece inconsolável. Em muitos casos, as crises costumam acontecer no mesmo horário - à tardinha ou no início da noite.

4. Se o bebê mama no peito, a alimentação da mãe pode fazer diferença na presença e na intensidade das cólicas?"Há pouca relação comprovada entre a cólica e a alimentação da mãe", afirma o pediatra e nutrólogo Mauro Fisberg, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). "O único alimento que sabidamente aumenta as cólicas do bebê se ingerido pela mãe é o leite de vaca, mas só se ela tiver alergia à proteína do leite de vaca ou intolerância à lactose." É possível que a mulher tenha esses problemas e não saiba, ou apenas descubra durante a amamentação, quando, em geral, por ordem médica, aumenta o consumo de leite e derivados.

5. Bebê que toma fórmula industrializada tem mais cólica do que o que é alimentado no seio materno?
Não há consenso sobre a questão. Para o nutrólogo Mauro Fisberg, a incidência é muito semelhante nos dois casos. "O que pode fazer diferença é que, se a amamentação for bem orientada, o bebê que mama no seio engolirá menos ar do que aquele alimentado por mamadeira e, conseqüentemente, terá menos cólicas", observa. Já o pediatra Ruy Pupo Filho acrescenta: "O leite materno é mais bem absorvido pelo organismo, além de conter elementos que contribuem para o amadurecimento rápido do intestino das crianças", afirma. "Com isso, a incidência de cólicas é menor em recém-nascidos que mamam no peito."

6. Quais as formas mais eficazes de combate a essa dor? A primeira recomendação (por mais que pareça difícil) é manter a calma. "É preciso quebrar o círculo vicioso que se estabelece: a criança tem cólica, os pais ficam nervosos, o bebê sente mais dor, gerando ansiedade crescente nos pais e assim sucessivamente", diz a pediatra Lílian dos Santos Sadeck, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, ligado à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). "O que mais funciona é o pediatra conversar bastante com o casal, passando tranqüilidade e mostrando que se trata de uma questão puramente fisiológica, não de uma doença." Mas, se mesmo assim a crise vem, que medidas tomar? "Fazer massagens circulares na barriguinha e aquecê-la com bolsa térmica ou flexionar e estender as perninhas, fazendo bicicleta, ajuda", recomenda. "O contato pele com pele também tem efeito relaxante e calmante", orienta Ruy Pupo. "A mãe ou o pai devem deixar o bebê só de fralda e colocá-lo em contato com o corpo deles." Remédios, apenas com recomendação médica.

7. Chás e funchicória realmente funcionam?
Há pediatras que admitem o uso desses recursos, outros que não recomendam, portanto converse com o seu antes de decidir. "Não há comprovação da eficácia, mas em alguns casos parecem trazer alívio", diz Lílian Sadeck. Se a criança mama no peito, o chá, de camomila ou erva-doce, deve ser oferecido na colherzinha e nunca na mamadeira, para não interferir na amamentação. A quantidade também deve ser pequena. "Algo com cerca de 10 mililitros", aconselha a médica.

8. É verdade que enrolar o bebê em um cueiro ajuda a aliviar as cólicas?
O método das nossas avós de enrolar o bebê em um cueiro como maneira de acalmá-lo voltou à moda. A técnica pode até ajudar, por fazer com que ele se sinta mais protegido - afinal, simula o ambiente "apertadinho", porém familiar, do útero nos últimos dois meses da gravidez. Mas o colo da mãe pode ter o mesmo efeito de aconchego e segurança, sem restringir tanto os movimentos do pequeno.

9. Bebê que não arrota depois de mamar terá mais cólica em seguida? Se o bebê engolir ar durante a mamada e não arrotar, pode haver formação de gases e, conseqüentemente, cólicas. Mas não significa que ele deva arrotar sempre que mama - não é regra que em toda mamada ele engula ar, principalmente se a pega do seio for correta, com a boca do bebê cobrindo a maior parte da aréola e o lábio inferior virado para baixo, formando um beicinho. Se a criança se alimenta com mamadeira, mantenha o bico sempre cheio de leite.

10. Durante a crise de cólica, algumas mães tentam amamentar para acalmar o bebê. É correto dar de mamar nessa hora?
Sugar tem efeito calmante e pode ajudar, sim. Mas, se ele mamou faz pouco tempo, costuma não ser uma alternativa adequada. "Nessa situação, o seio não terá mais tanto leite e há risco de a criança engolir ar, formando gases. Consegue-se, assim, o efeito contrário: aumentar bastante a cólica", explica Lílian Sadeck.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Entenda o sono do recém-nascido

1. O que acontece enquanto o bebê dorme?
"O sono é dividido em ciclos e fases. A primeira fase, quando saímos da vigília, é conhecida como sonolência – período em que o organismo libera melatonina, uma substância indutora de sono, produzida no cérebro. Na segunda fase, conhecida como sono leve, podemos observar a diminuição dos batimentos cardíacos e da respiração – é quando os músculos relaxam e a temperatura do corpo cai. Nesse momento, muitas crianças (e também adultos) dão pequenos trancos para, posteriormente, relaxar a musculatura. Na terceira e quarta fases, que correspondem ao chamado sono profundo, é liberado o hormônio do crescimento, além de outros, como o cortisol. Depois, o organismo entra na fase REM (rapid eye moviment – movimento ocular rápido), quando ocorrem os sonhos. Essas fases formam ciclos que se repetem durante a noite", detalha Renata Soifer, psicóloga, de São Paulo, e autora do livro O Sono do Meu Bebê (CMS Editora).

2. O sono do recém-nascido é diferente do de um bebê maior?
"Sim, ele é bem distinto, se comparado ao de outras idades. No recém- nascido, o ciclo do sono é regulado, principalmente, pelas sensações de fome e saciedade, e não pela alternância de claro e escuro", explica Carlos Augusto Takeuchi, neuropediatra do Hospital Infantil Sabará, de São Paulo. !Assim, um recém-nascido alimentado com leite materno irá acordar mais vezes do que outra criança que recebe alimentos sólidos. Por fim, mesmo que o recém-nascido durma muitas horas por dia, não existe uma distribuição uniforme dessas horas de sono", completa Takeuchi.

3. É preciso ensinar o bebê a diferença entre dia e noite? Como fazer isso?
"Sim, é importante mostrar para o bebê, desde cedo, a diferença entre dia e noite. É bem fácil, basta deixar que entre luz natural no ambiente onde o bebê está dormindo durante o dia e, à noite, deixe-o no escuro, ou com uma lâmpada bem fraquinha", ensina Renata.

4. Quando o choro noturno, nos primeiros dias, é motivo para preocupação?
"Se o bebê está com dificuldade para dormir, é preciso averiguar se não existem doenças como asma e refluxo gastroesofágico, que podem se manifestar quando a criança fica deitada. Sempre que tiver alguma dúvida, pergunte ao pediatra", orienta Takeuchi.

5. O que fazer para melhorar a qualidade do sono?
"Criar um ambiente com o conforto do contato físico, pouca luz, embalo, uso de músicas suaves ou que simulam os sons uterinos... Conversar com o bebê ou cantar suavemente para que ele possa ouvir a tão familiar voz materna e a das pessoas que já faziam parte da vida da mãe, antes que ele nascesse... Tudo o que possa lembrá-lo do período gratificante do útero vai ajudar a acalmá-lo e proporcionará a certeza de que, aqui fora, existem também vivências positivas e agradáveis", explica Renata, no livro O Sono do Meu Bebê.

6. É possível estabelecer rotina com um recém-nascido?
Durante os primeiros meses de vida, é difícil estabelecer uma rotina porque o ritmo do bebê é pontuado pela alimentação e pelas trocas de fralda. "Um bebê que mama no peito acorda a cada duas horas, enquanto aquele que recebe leite em pó costuma despertar de quatro em quatro", explica Renata. Vale lembrar que o leite de fórmulas não sustenta por mais tempo, como alguns acreditam. Ele apenas tem uma digestão mais lenta.

7. O bebê recém-nascido dorme quantas horas por dia?
O tempo de sono varia de uma criança para a outra, mas um recém-nascido dorme, em média, 17 horas por dia.

8. Quando o bebê deve sair do quarto dos pais?
"O ideal é que o bebê já tenha o próprio quarto quando sair da maternidade. O berço deve ter um colchão firme e os lençóis bem esticadinhos para evitar sufocamento", explica Renata. "É importante que cada um tenha o seu espaço, por isso o bebê não deve dormir com os pais. Primeiro, não é seguro e, segundo, os pais precisam de privacidade, já que continuam sendo marido e mulher", completa Claudionor da Silva, neonatologista do Hospital e Maternidade Santa Joana, de São Paulo.

9. Bebês fazem manha?
Não. Renata explica que, "quando eles choram, choram por algum motivo. Um bebê de 3 meses, cujo ego nem está formando, não pode controlar um adulto por meio da manha. A ideia de controle, por si só, é elaborada demais para um ser que ainda não tem o sistema nervoso maduro".

Pneumonia: por que é importante proteger seu filho?

O pediatra especialista em doenças infecciosas Adriano Arguedas é diretor do Instituto de Atención Pediátrica e professor da Universidad Autónoma de Ciencias Médicas, ambos em Costa Rica. Além disso, é membro do Conselho Editorial Internacional do periódico científico Pediatric Infectious Disease Journal. Recentemente, esteve no Brasil a convite do laboratório farmacêutico Pfizer, e divulgou informações sobre a importância da vacina pneumocócica para as crianças. Confira, a seguir, a entrevista exclusiva que o médico concedeu ao site do Bebê:

Em que casos uma simples gripe pode predispor o organismo a uma pneumonia?
Em linhas gerais, quando alguém contrai o vírus da gripe, ele destrói diversos mecanismos de defesa nos pulmões, tornando o caminho livre para o ataque de bactérias que vivem na região da nasofaringe. O risco aumenta nas estações mais frias, porque é nessa época que há maior quantidade de vírus em circulação.

Em que situações uma criança deve ser imunizada contra a doença? Existe alguma condição especial em que a vacina seja obrigatória?
Todas as crianças devem ser vacinadas, porque a pneumonia é a principal causa de morte em pequenos com menos de cinco anos de idade. Mas, quem tem filhos que sofrem de doenças crônicas cardíacas ou pulmonares, ou que apresentam comprometimento do sistema imunológico deve se preocupar ainda mais com a imunização.

É outono e começa a fazer frio no Brasil. Esse é o momento certo de levar as crianças para tomar a vacina pneumocócica? Por quê?
Sim, porque à medida que o clima se torna mais frio, aumenta a circulação de diferentes vírus que podem desencadear infecções pulmonares e, especialmente, pneumonia.  

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Teste do pezinho protege o seu bebê

Hoje se comemora o Dia Nacional do Teste do Pezinho. Com algumas gotas de sangue do pé do recém-nascido, é possível detectar uma série de doenças que demoram para manifestar sintomas. Graças ao exame, é possível iniciar o tratamento precocemente e evitar patologias graves, capazes de provocar danos irreversíveis, entenda a importância desse exame simples, que protege o seu bebê.

01. Como é feito o teste do pezinho?

Com a retirada de algumas gotas de sangue do calcanhar do recém-nascido. É importante que a coleta ocorra em torno de 48 horas depois do nascimento, quando o bebê já está recebendo leite, e antes de ter alta do hospital.

02. O exame é obrigatório em maternidades públicas e privadas?

Sim, o teste do pezinho é obrigatório em todas as maternidades brasileiras, tanto públicas quanto privadas. A diferença é que os hospitais particulares, normalmente, oferecem outras opções de teste do pezinho, que têm capacidade para diagnosticar uma gama maior de doenças raras.

03. Quais doenças o exame é capaz de diagnosticar?

Em sua versão básica, o teste do pezinho diagnostica quatro patologias metabólicas e genéticas: a Fenilcetonúria, o Hipotireoidismo Congênito, a Anemia Falciforme (e demais doenças do sangue) e a Fibrose Cística.

04. Qual é a importância do teste do pezinho?

O exame é fundamental para diagnosticar precocemente algumas doenças que ainda não apresentam sintomas. Quando essas patologias demonstram os sintomas, já pode ser tarde e os danos são irreversíveis. Com o teste do pezinho conseguimos fazer o diagnóstico precoce para já iniciar o tratamento. Se não tratadas a tempo, as doenças podem causar prejuízos à qualidade de vida do bebê.

Febre, cólica e dor em bebês

Ver o filhote doente deixa qualquer mãe de coração partido. Na primeira vez em que isso acontece, é difícil saber quem sofre mais. Pior ainda quando já é noite e aquela linha direta com o pediatra que toda mãe estreante ambiciona é apenas um sonho. Aconteceu com a artista plástica Andressa Chiecci, 34 anos, do Rio de Janeiro, mãe de Eduardo, hoje com 2 anos. “Ele estava com 1 mês quando teve a primeira febre. Chorava sem parar, e eu ficava me torturando com a ideia de que não sabia lidar com meu filho. Até que, de madrugada, apelei para minha mãe. Na hora, ela matou a charada”, lembra Andressa. O primeiro passo foi descobrir a causa do choro. Na prática: pôr o termômetro, ver se havia assaduras, lembrar se o bebê tinha feito xixi e coco do jeito habitual, observar se estava prostrado. Funcionou, claro. “Fizemos a temperatura baixar, e ele se acalmou e dormiu”, conta ela.
Não que seja fácil manter a calma. Só que, se você perder as estribeiras, piora. O bebê vai captar sua aflição e o clima de desespero da casa e ficará emocionalmente desorganizado, chorando ainda mais. Aí, cria-se uma espiral que, conforme as horas avançam, pode beirar o pânico. “Para que a situação não chegue a esse ponto, a mãe deve reconhecer que precisa de ajuda e procurar o apoio da família ou do pediatra sem constrangimentos”, ensina a psicóloga Miriam Barros, de São Paulo.

Na pista da doença
Ser rápida no gatilho evita também que você se surpreenda, de madrugada, sem ter a quem apelar. Se o bebê está amamentado, de fralda limpa, com roupa adequada à temperatura e não se acalma nem no colo, há motivo para achar que algo vai mal. “Dor de ouvido, cólica, febre... A lista de doenças e sintomas que pode afligir a criança é enorme, e cada situação precisa ser avaliada com cuidado”, diz a pediatra Maria Cristina Senna Duarte, da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do Hospital Federal da Lagoa, no Rio de Janeiro. Confie na sua intuição e fique atenta às pistas que ajudam no diagnóstico.

Cólica
“O bebê chora de maneira intermitente, fica com a barriga inchada e o rosto vermelho”, explica a pediatra Renata Waksman, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Ele também pode soltar gases, se contorcer e flexionar as pernas em direção ao abdome. É um problema frequente no início da vida: acomete três em cada quatro bebês nos três primeiros meses. Para diminuir o sofrimento do pequeno, faça uma massagem suave na barriguinha dele, de cima para baixo ou no sentido anti-horário. Aquecer o local com uma fralda morna ou uma bolsa de água quente também ajuda. “Outra estratégia é deitar o bebê de bruços, apoiado na barriga ou no antebraço da mãe”, ensina Renata.

Dor de ouvido
A criança chora sem parar, mexe muito a cabeça, leva os braços em direção às orelhas e, muitas vezes, recusa a mamada. A otite, que é a inflamação do ouvido, costuma provocar febre, pode ter múltiplas causas e é mais frequente entre os 3 meses e os 3 anos. “Pressionar a área externa do ouvido para verificar se dói não faz sentido, porque a dor local não é necessariamente sintoma de otite”, diz Renata. “Durante a crise, colocar uma fralda aquecida sobre a região reduz a dor e proporciona aconchego. Aplicar uma solução fisiológica no nariz e deixar o bebê com a cabeça elevada também ameniza o desconforto”, aconselha a médica. Febre As mães se apavoram com a elevação da temperatura, mas não há motivo. Temperaturas superiores a 37,5 ºC indicam que o organismo iniciou um processo de defesa contra alguma agressão externa. Os sinais variam de um bebê para outro: corpo quente, palidez ou rubor excessivo e prostração são os mais frequentes. Para tirar a dúvida, use o termômetro – não confie apenas na sua sensação ao tocá-lo. Se de fato o pequeno estiver com febre, dê um antitérmico, sempre seguindo a orientação do pediatra e respeitando os intervalos que ele recomendou. Nada de repetir a dose antes da hora, pois há o risco de hipotermia.“Tire a temperatura novamente depois de seis horas, que é o período médio de ação da maioria dos medicamentos”, explica o pediatra Sylvio Renan Monteiro de Barros, autor do livro Seu Bebê em Perguntas e Respostas (MG Editores). Para acelerar o resultado, tente um banho morno, com água dois graus abaixo da temperatura do bebê. Esfregar delicadamente a pele da criança com uma esponja umedecida também ajuda a dispersar o calor. Evite agasalhar excessivamente o pequeno, ofereça líquido em abundância e areje o ambiente. As convulsões, grande medo das mães, na maioria das vezes acontece no primeiro pico de temperatura, quando o organismo ainda não aprendeu a lidar com a temperatura alta.

Vômito
É diferente da regurgitação, normal em recém-nascidos. A regurgitação acontece logo depois da mamada e se caracteriza pelo retorno de uma pequena quantidade de leite. O vômito pode ocorrer muito tempo depois, ser ou não em jorro, e exige esforço da criança. Suas causas variam: infecções na garganta, problemas gástricos, lesões internas, movimentos bruscos e fatores emocionais são algumas possibilidades que devem ser investigadas pelo médico. Enquanto não fala com ele, mantenha o bebê hidratado, dando pequenas doses de líquido a cada 15 minutos para não provocar nova crise.

Atenção especial
Identificar a causa do desconforto não garante que os problemas acabaram. Dar remédio ao bebê é outro capítulo desse drama. Você pode descobrir que seu pequeno tem uma força de vontade fenomenal para manter os lábios cerrados ou cuspir a dose a alturas inimagináveis. “Facilita se a mãe sentar a criança no colo, semi-inclinada, e oferecer a medicação em pequenas porções, introduzindo a colher no canto da boca”, diz Maria Cristina. Se mesmo assim ela cuspir boa parte do medicamento, repita a dose toda.
Para Sylvio Renan, lançar mão da chupeta dosadora também é um bom recurso. É importante que a mãe jamais derrame ou pingue o medicamento diretamente do frasco na boca da criança. “É fácil errar a dose, e a maioria dos remédios fica mais palatável se for diluída em uma quantidade igual de água”, diz ele. O pediatra também recomenda o uso de supositórios sempre que possível. “Eles são eficientes e há a certeza de que serão absorvidos”, afirma. A colocação é fácil: basta deitar o bebê de bruços, afastar suas nádegas e introduzir a cápsula. Em seguida, pressione uma nádega contra a outra várias vezes para garantir que o medicamento chegue mais facilmente ao ponto onde será absorvido.
Outro cuidado essencial é não medicar o bebê por conta própria, especialmente se for recém-nascido. Tudo bem pedir um socorro à avó ou a uma amiga para identificar o problema e lançar mão de paliativos (como um banho ou uma massagem suave) enquanto não fala com o pediatra. Mas não use remédio sem a recomendação dele – nem os naturais. “Apelar para soluções alternativas é perigoso, tanto pelo risco de piorar o quadro quanto de mascarar sintomas, prejudicando o diagnóstico”, alerta Renata.

Pronto-socorro ou pediatra?
O ideal é sempre procurar primeiro o pediatra. E não fique constrangida em ligar se o bebê apresentar forte desconforto. Mesmo que já tenha falado com o médico, caso perceba um agravamento, tenha dúvidas em relação à normalidade de uma reação ou se sinta insegura sobre os cuidados que ele recomendou, ligue. “Os pediatras estão acostumados a atender chamadas a qualquer hora do dia ou da noite”, afirma Renata. São os ossos do ofício, e você merece contar com um profissional que não a deixe na mão na hora do sufoco. É preferível pedir primeiro a opinião dele do que recorrer a um pronto-socorro diante de um problema simples. “Na maioria das vezes, é possível resolver a situação com uma orientação telefônica e marcar uma consulta para o dia seguinte”, diz Maria Cristina. Assim, evitam-se idas desnecessárias ao pronto-socorro, onde sempre há risco maior de contaminação.
Em alguns casos, porém, o hospital é indispensável. “Se a temperatura sofre uma variação muito grande, se o bebê está prostrado, geme, tem manchas pelo corpo ou parece excessivamente sonolento, não dá para esperar. Tem que correr para o pronto-socorro”, diz Renata. Com a assistência necessária, você fica mais calma e seu filho se recupera rapidinho.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Visão e audição de bebês

Superempolgada com os avanços do bebê nos primeiros meses, nem sempre a mãe se liga em acompanhar também o aperfeiçoamento da visão e o desempenho da audição. Esses dois sentidos são fundamentais para o progresso da criança. É por eles que o pequeno recebe os estímulos que vão permitir que ele se expresse e se relacione com o ambiente ao redor.
Nas primeiras semanas, a visão do recém-nascido ainda é pouco nítida. Ele percebe padrões (como listras) e contrastes (como preto e branco), mas não distingue cores nem formas. Além disso, os olhos não captam imagens que estejam a mais de 30 ou 40 centímetros de distância. “A visão é um dos sentidos que mais se desenvolvem nos primeiros meses, quando há o amadurecimento acelerado das conexões entre as células dos olhos e a parte do cérebro responsável por traduzir em imagens as informações captadas. Só por volta do sexto mês que a visão tridimensional está pronta”, diz Célia Nakanami, coordenadora do Núcleo de Oftalmopediatria da Universidade Federal de São Paulo e presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica.
A visão do recém nascido é ainda pouco nítida. Ele consegue perceber padrões, como listras, e contrastes, como preto e branco, mas não distingue cores nem formas
A audição funciona plenamente desde o nascimento. “O bebê escuta como adulto. A diferença é que, com o passar dos meses, aprende a identificar a origem dos sons e a relacioná-los com as situações”, diz o otorrinolaringologista Fernando Veiga Angélico Júnior, professor da Faculdade de Medicina do ABC, em São Paulo.
Falar de pertinho com o bebê é uma excelente maneira de estimular tanto a visão quanto a audição do pequeno. Aproveite para conversar com ele, em tom suave, enquanto troca a fralda ou amamenta

Ainda na maternidade
O sucesso dessas aquisições, porém, depende de cuidados que devem começar na maternidade, como os testes do olhinho e da orelhinha. Gratuitos em quase todas as maternidades públicas e privadas, eles são simples e investigam o risco de doenças congênitas que possam ameaçar o desenvolvimento da visão e da audição.
Caso alguma anormalidade seja detectada, o neonatologista orienta os pais a procurar um especialista. Afinal, quanto mais precocemente o problema for diagnosticado e tratado, maiores as chances de minimizar as perdas. “Quando há um quadro de catarata, por exemplo, é possível fazer uma cirurgia de substituição do cristalino antes do terceiro mês, para que o bebê não sofra interferência no desenvolvimento visual”, diz Célia. No caso de problemas com a audição, a correção pode ser feita com o uso de um aparelho auditivo. “Assim, garantimos que o processo de aquisição da fala e da linguagem aconteça sem prejuízos”, afirma Júnior.

Estimular é essencial
Se está tudo em ordem com a visão e a audição do seu pequeno, basta proporcionar os estímulos certos para que esses sentidos se aprimorem. Ficar bem perto do bebê ao falar com ele, oferecer brinquedos de cores fortes e contrastantes e pendurar móbiles no berço são maneiras de ajudá-lo a treinar os recursos visuais. Após os 3 meses, incentive seu filho a explorar, com o olhar, diferentes ambientes, dentro e fora de casa. Brincar de esconder o rosto e mudar lentamente um objeto de lugar, de modo que a criança acompanhe sua trajetória, são outros bons estímulos visuais. Já para garantir uma audição apurada, converse bastante com seu bebê, cante para ele, conte histórias e deixe-o escutar músicas de estilos variados, incluindo as instrumentais.
Saiba que o investimento nesses primeiros meses se transforma em progressos futuros. “A criança que enxerga bem se concentra nas brincadeiras e explora melhor o ambiente”, afirma Célia. Uma boa audição, por sua vez, favorece o desenvolvimento da linguagem e, consequentemente, da socialização. “Acredita-se que, até o oitavo mês, o bebê já aprendeu todos os sons básicos da sua língua nativa, o que é fundamental para que, logo, ele também esteja apto a reproduzi-los”, afirma a fonoaudióloga Maria Cecília Marconi Pinheiro Lima, professora da Universidade Estadual de Campinas (SP).

Sinais que exigem atenção
Alguns sinais do bebê merecem uma consulta ao pediatra, pois podem indicar problemas de visão ou de audição. Conheça os indícios mais preocupantes.
• Indiferença diante de ruídos fortes. Desde as primeiras semanas, a criança acorda, chora ou pisca os olhos para expressar seu incômodo quando o barulho é excessivo.
• Incapacidade de fixar o olhar no rosto da mãe ou em um objeto colocado bem próximo após a quinta semana de vida e também, por volta do segundo mês, a falta de coordenação entre os dois olhos.
• Globo ocular aumentado, falta de brilho ou mudança na cor dos olhos, pupilas esbranquiçadas e lacrimejamento.
• Desinteresse em buscar sons e vozes movendo a cabeça e o olhar para as laterais entre o terceiro e o sexto mês.
• Ausência de vocalizações e sons rudimentares (como “bá-bá-bá” e “bu-bubu”) a partir do final do sexto mês.
50 decibéis de som bastam para acordar um recém-nascido. Esse é o ruído gerado por uma música suave ou uma conversa animada

Cárie em bebês

1. Bebês podem ter cárie? Por quê?
Podem, sim. A cárie é uma desmineralização do esmalte do dente. Em outras palavras, as bactérias produzem um ácido que ataca o dente, causando manchas e buracos. Logo, assim que o dentinho erupciona e entra em contato com meio externo, pode cariar. Por isso, é necessário levar o bebê a um odontopediatra para fazer toda a parte preventiva, que consiste em aplicação de flúor, limpeza e orientação aos pais sobre a escovação. Outro cuidado importante deve ocorrer ainda durante a gestação: “A mãe deve ter uma boa alimentação, tomar cuidado com infecções e remédios, para evitar a má formação dos dentinhos do bebê”, em São Paulo.

2. O dente pode já nascer cariado?
Não. A cárie é uma doença causada por alguns fatores associados, como a associação de bactérias e açúcar, durante certo período de tempo. Assim, as bactérias só conseguem aderir ao dente para formar a placa uma vez que ele já esteja na boca da criança.

3. Faz mal colocar açúcar na mamadeira?
Sim. Segundo a odontopediatra Lúcia Camilo, a introdução de açúcar deve ser controlada. “Quanto mais tarde a criança experimentar o açúcar, melhor para a saúde dela”, explica. Claro que, de maneira regrada, não há problema em dar doces às crianças. “Digo a meus pacientes comerem apenas nos fins de semana, e sempre após as refeições e antes da escovação”, conta. “Isso porque a bactéria da cárie usa o açúcar para produzir o ácido que corrói a superfície do dente”.


4. Mamar antes de dormir é prejudicial à saúde bucal do bebê?
Mesmo sem açúcar na mamadeira, se a criança já possui dentinhos, mamar antes de dormir e pular a higienização noturna pode, sim, causar cárie. Isso porque, durante o sono, a quantidade de saliva diminui, o que faz com que restos de leite aumentem a presença de bactérias. “Isso ocorre, inclusive, com o leite materno, pois ele contém um açúcar chamado lactose. Mais um motivo para adiar a introdução do açúcar comum (sacarose) na dieta”. O ideal é, após a alimentação, escovar os dentinhos dos bebês com uma pasta de dentes própria para a idade deles.

5. Cárie em dente de leite tem tratamento?
Sim. Há crianças que tratam até canal para evitar a extração do dente. O tratamento pode ou não ser doloroso, dependendo da profundidade da cárie. Por isso, alguns profissionais preferem sedar a criança. Também existe a possibilidade de utilizar um anestésico local. Tudo dependerá da análise do dentista. “É importante lembrar que, quanto mais cedo for diagnosticado o problema, mais simples e rápido será o tratamento”, diz a odontopediatra Paola Cichovski Ribeiro. A saber: a odontologia moderna se vale do laser para a remoção de cárie, além de um produto na forma de gel, utilizado na odontopediatria, que é capaz de amolecer a parte infectada do dente pela cárie, o que torna o tratamento menos traumático para a criança.

6. Como evitar o problema?
A odontopediatra Lúcia Camilo indica higienizar os dentes sempre após as refeições “É importante ter uma rotina, com horários que facilitam a limpeza para a mãe. Por exemplo, de manhã, após o café, depois do almoço, do lanche da tarde e do jantar”, sugere. Nessa fase, a criança não consegue fazer a higienização sozinha, então é importante o auxílio da mãe na escovação. Tente tornar essa tarefa um momento divertido. “Conte histórias, cante musiquinhas... Faça com que a escovação seja agradável”, diz Lúcia. “Evitar o contato salivar com pessoas que têm cárie, como o compartilhamento de colheres, também é importante”, explica Paola Cichovski Ribeiro, especialista em odontopediatria. Ainda: após o consumo de antibióticos e alimentos pastosos e consistentes, como bolachas recheadas e iogurtes, é preciso escovar os dentes. De acordo com , Christiana Murakami, dentista especializada em crianças, a maioria dos antibióticos possui açúcar e gruda nos dentes se não for removida. “Além disso, pirulitos, balas e chicletes, que demoram, em média, cinco minutos ou mais para serem consumidos, são cariogênicos, já que promovem um tempo de contato prolongado do açúcar com os dentes”, explica.

7. Como deve ser a limpeza da boca da criança? Com qual frequência?
Sempre após as refeições. Se a criança fizer cinco refeições diárias, deve escovar os dentes cinco vezes, como qualquer adulto, sendo a última a mais importante. O passo a passo é fácil: um movimento circular na parte de fora e de dentro do dente e na gengiva. Na parte da frente, são indicados movimentos de vai e vem e também de cima para baixo e de baixo para cima. Para tornar esse momento divertido, a odontopediatra Christiana Murakami indica apelidar os movimentos de bolinha (circular), trenzinho (vai e vem) e vassourinha (de cima para baixo e de baixo para cima).

8. É preciso escovar a língua do bebê?
Sim. E, se os dentes dele forem juntinhos, é importante passar fio dental. “Existem alguns produtos próprios para as crianças, com sabor”, diz a odontopediatra Lúcia Camilo, da Clínica Dente de Leite, em São Paulo. Em tempo: quando o bebê só tem os dentes da frente, a higienização pode ser feita com o auxílio de uma dedeira de silicone ou gaze embebida em água filtrada, friccionando-a pela frente e por trás dos dentes. Quando o pequeno já tem os dentes posteriores, é necessário o uso de uma escova dental pequena e macia.

9. A pasta de dente deve ser especial?
Deve. Para as crianças de até 3 anos de idade, ela deve ser sem flúor ou com até 1100 ppm do componente (atenção, pois as pastas de adultos possuem de 1450 a 1500 ppm, quantidade que não é considerada segura para crianças). Entenda: o flúor fortalece o dente, mas, em crianças muito pequenas, que não conseguem cuspir por não terem o reflexo motor muito desenvolvido, pode causar a fluorose dental, ou seja, manchas esbranquiçadas nos dentes permanentes. “Assim que o bebê aprender a cuspir, deve começar a usar pasta com flúor para se beneficiar dos efeitos dele”, diz Carolina Steiner. “Coloque o tamanho de um grão de arroz na escova e passe-a delicadamente pelos dentinhos para não machucar”, diz Lúcia Camilo. Vale lembrar que o creme dental é um medicamento, por isso não deve ser deixado ao alcance da criança para prevenir sua ingestão.

10. Como perceber se o meu filho está com cárie? Apenas quando ele chora de dor?
Não. Quando a criança se queixa de dor de dente, é porque a situação já está grave. Por isso, é importante observar diariamente os dentinhos.
O primeiro sinal da cárie é o aparecimento de manchinhas esbranquiçadas ou pontos escuros, indolores. O mau hálito também é um sintoma. “Muitos pais deixam para ir ao consultório tardiamente, alegando que a criança não se queixava de dor. O certo é ter um acompanhamento a partir dos 6 meses de idade”, alerta a odontopediatra Carmem Silvia.

11. Qual a frequência com que o bebê deve ir ao dentista?
As especialistas são unânimes: a cada seis meses, desde que a criança tenha uma boa higiene e escove os dentes após as refeições. Caso contrário, a visita deve ser a cada dois meses.

12. Veja os hábitos do bem, que protegerão seu filho de cárie.
- Escovar os dentes após todas as refeições;
- Usar fio dental;
- Proporcionar uma alimentação saudável, sem abuso de doces;
- Incentivar o consumo de maçã e cenoura cruas, além de frutas, legumes e verduras, em geral;
- Fornecer alimentos que estimulem o bebê a mastigar;
- Oferecer água e sucos naturais de frutas não ácidas, sem a adição de açúcar (como melão e melancia);
- Levar o bebê periodicamente ao dentista para fazer a prevenção (aplicação de selante, caso necessário, limpeza, aplicação de flúor e orientação aos pais);
- Dar o exemplo da boa higienização bucal em casa;
- Garantir a boa saúde oral das pessoas que convivem com o bebê a fim de evitar o contágio da doença;
- Fazer a transição da mamadeira para o copinho, assim que o bebê tiver coordenação motora para isso.

13. Confira os hábitos do mal, que devem ser evitados a todo custo.
Os especialistas também listaram os hábitos nocivos:
- Incluir açúcar na mamadeira e no chá ou oferecer refrigerante;
- Abuso de doces;
- Falta de escovação;
- Pular a visita ao dentista;
- Dar beijo na boca da criança ou compartilhar colheres com ela. Isso pode passar bactérias e deflagrar uma cárie;
- Só dar alimentos líquidos ao bebê, mesmo quando ele já tem dentes.

14. A chupeta tem alguma relação com cárie?
De acordo com a odontopediatra Lúcia Camilo, a chupeta não oferece risco de cárie desde que esteja sempre limpa. Porém, para não desencadear outros problemas na dentição infantil, é preciso usar com cautela, apenas nos momentos realmente necessários. Além disso, ela não deve ser compartilhada. Se cair no chão, por exemplo, jamais deve passar pela boca de outras pessoas para “limpar”. “Esse hábito favorece a transmissão de bactérias. A chupeta deve ser lavada e devolvida à criança”, indica.
Além disso, segundo a odontopediatra Paola Cichovski Ribeiro, o contágio também pode acontecer por contato indireto, por meio do uso comum de utensílios domésticos (garfos, colheres, copos a canudos) e também no ato de assoprar ou provar a comida do bebê.

15. Além de cárie, que outros problemas dentários as crianças de até 3 anos podem apresentar?
Os problemas podem ir desde mordidas cruzadas até traumas nos dentes por batidas, além de quebras por queda.