sexta-feira, 29 de julho de 2011

O primeiro mês do bebê e o resguardo

Após o parto a mulher deve permanecer em repouso relativo, de forma que seu corpo possa se adaptar às novas alterações decorrentes do nascimento do bebê. No caso da cesárea, essa repouso é ainda mais importante, pois a mulher foi submetida a um procedimento cirúrgico. Esse período, chamado de reguardo, varia entre 30 a 45 dias após o parto, e, nessa fase, a puérpera (=mulher que teve parto) não deve ter relações sexuais, por causa do esforço físico, para não prejudicar a cicatrização (tanto da cesárea quanto do parto normal - episiotomia) e pelo fato do colo do útero se encontrar normalmente entreaberto, o que facilita infecções uterinas no caso de haver relação sexual.
A indicação de repouso não quer dizer ficar deitada na cama. Pelo contrário, a deambulação precoce (ou seja, levantar da cama e caminhar) após o parto é importante para prevenir complicações após o parto, como a constipação e a trombose venosa profunda (está última sendo uma grave complicação).
Além da importância descrita acima, o reguardo, período de repouso materno, auxilia na adaptação de mãe, pai e bebê à nova rotina dentro de casa.
O sangramento transvaginal é normal após o parto e vai gradativamente ficando menor, apresentando um aumento de volume sempre que a mulher está amamentando. Esse aumento é decorrente da contração uterina estimulada pela sucção do bebê no seio materno.
Após o nascimento, o bebê basicamente dorme e mama durante todo o dia. Mas os recém-nascidos, diferentemente dos adultos, não possuem uma alternância nítida entre o sono e a vigília, oscilando entre diferentes estados que se sucedem rapidamente. Nas 48 horas após o parto, há um predomínio dos estados de sonolência, como se o recém-nascido estivesse se recuperando. Posteriormente, há um aumento progressivo dos períodos de vigília. No entanto, existem diferenças marcantes entre os bebês.
Quando está mamando, o bebê suga e descansa. Não podemos esquecer que para mamar o bebê faz um grande esforço!
Nos primeiros dias, as mamadas são bem próximas, e, muitas vezes, apenas 15 minutos após ter acabado de mamar, o bebê já tem necessidade de voltar ao seio materno de novo. Não há um intervalo entre as mamadas que deve ser obedecido, deve-se amamentar em média oito vezes por dia (mínimo) e oferecer sempre os dois seios em cada mamada. Portanto, a amamentação deve ser em livre demanda, ou seja, sempre que ele quiser, sem horários preestabelecidos!

O bebê que mama no seio materno não necessita de nenhum complemento alimentar como água e chás. E suas fezes podem ser de características e freqüência variáveis de dia para dia (e de bebê para bebê). O colostro, leite produzido durante os primeiros dias após o parto, é um fluido amarelo, mas não é "fraco", ele possui cerca de três vezes mais proteínas que o leite maduro, além de vitaminas e células de defesa.
É importante evitar o uso de produtos ou pomadas nas mamas, antes ou após as mamadas. Deve-se apenas manter os seios limpos. A principal causa de fissuras nos mamilos é a pegada incorreta dos mesmos pela boquinha do bebê. Caso as mesmas ocorram, a melhor conduta é passar o próprio leite da mãe sobre o mamilo (pois o leite ajudará na cicatrização sem prejudicar o bebê) e procurar orientação com seu médico sobre como ajudar o bebê na pegada do mamilo.
Não esquecer que algumas medicações passam para o bebê através do leite materno, portanto, deve-se sempre seguir as orientações do obstetra e pediatra sobre qualquer remédio a ser tomado!
Conforme dito em meses anteriores, alguns bebês mamam inicialmente com mais facilidade que outros, mas de uma forma geral, quando se mantém a calma e retirando as dúvidas com o médico, a amamentação transcorre sem problemas!
O umbigo do bebê deve ser limpo durante o banho com água e sabão e após o banho com álcool a 70%. Normalmente o umbiguinho (coto umbilical) cai entre 7 a 10 dias após o parto.

O bebê tem percepções visuais desde o nascimento com uma nítida preferência pelo rosto humano. Durante o primeiro mês após o parto, a melhor distância que o bebê enxerga é entre 20 a 30 centímetros, exatamente a distância entre o rosto da criança e o da mãe na amamentação.
Desde as primeiras horas de vida o recém-nascido é capaz de voltar os olhos na direção de um som, tendo preferência pela voz humana, principalmente a da mãe e do pai, vozes que ele já conhece, pois a maturação do sistema auditivo do bebê ocorre em torno do quinto mês de gestação, quando o bebê já consegue ouvir e compreender essas vozes. Recém-nascidos que nunca foram alimentados reagem diferentemente a diferentes sabores, existindo uma preferência inicial por soluções doces. Bebês de uma semana conseguem perceber diferenças entre cheiros complexos, podendo distinguir o odor materno de outros cheiros.
Não se pode esquecer do teste do pezinho. Ele serve para diagnosticar doenças como Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Anemia Falciforme e outras Hemoglobinopatias e Fibrose Cística. Ele deve ser realizado em todos os recém-nascidos, a partir de 48 horas após o nascimento até 30 dias, sendo que quanto antes melhor! O Teste do Pezinho consiste em colher sangue do bebê para que estas doenças acima possam ser diagnosticadas e as condutas pertinentes possam ser instituídas. Após o parto, um novo caminho se inicia... Mas o casal não pode esquecer que não está sozinho! Estamos aqui, médicos, dispostos a retirar as dúvidas que já existem e as que venham surgir, para que esse novo caminho seja o mais prazeroso possível!
Sobre executar bem a tarefa de pais.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário